Segundo investigadores, plataforma exibia dados adicionais que permitiam o financiamento das contas, inclusive, com criptomoedas. Blogueiro Allan dos Santos é dono do canal 'Terça Livre' e foi alvo de operação da PF no inquérito das fake news
Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo
A Polícia Federal afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a plataforma X permitiu que usuários financiassem ou apoiassem contas de bolsonaristas que são investigadas e estavam bloqueadas no Brasil por ordem da Corte.
Os investigadores afirmam que, apesar das mensagens informando a restrição da conta, a plataforma exibia dados adicionais que permitiam o financiamento desses perfis, inclusive, com o recebimento de valores em criptomoedas.
O sistema, diz a PF, foi identificado nas contas:
@tercalivre e @allanldsantos, ligadas a Allan dos Santos, que é considerado foragido;
@Rconstantino, do jornalista Rodrigo Constantino;
@realpfigueiredo, do empresário Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República acusado de participação na trama golpista.
Alexandre de Moraes desativa conta na rede social X
"Ao invés de apenas ser exibida a mensagem indicando que a conta está retida, os perfis exibem alguns botões e informações que permitem, no Brasil, sem uso de Virtual Private Network (VPN), aos usuários financiarem/apoiarem essas contas por meio da assinatura da plataforma X e, no caso de Allan Lopes dos Santos, o fornecimento de um endereço para o recebimento de valores em Bitcoin", escreveu a PF.
O relatório aponta que ao clicar no botão "resumo do perfil" é aberta uma janela, que exibe uma mensagem feita por inteligência artificial, que coloca Allan do Santos como crítico ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e ao presidente Lula.
A assinatura de Allan dos Santos, de acordo com as investigações, seria de R$ 25,90 ao mês.
A PF já havia identificado que o X permitiu na própria plataforma transmissões de lives de perfis bloqueados.