G1
O governo prevê que 2027 será um "ano desafiador", em que o crescimento das despesas obrigatórias pode prejudicar a execução de políticas públicas. A afirmação é do secretário de Orçamento Federal, Clayton Montes, em entrevista nesta terça-feira (15).O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou nesta terça-feira (15) o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que projeta um superávit de R$ 73,4 bilhões. Ou seja, o governo acredita que as receitas vão superar as despesas.Contudo, em 2027, o governo não vai poder mais descontar o pagamento de precatórios e outras sentenças judiciais do resultado primário. Isso fará com que essas despesas pressionem as contas públicas.De acordo com Montes, o rombo dos precatórios e sentenças judiciais poderá chegar a R$ 124 bilhões. Em 2028, o valor será de R$ 132 bilhões e em 2029, R$ 144 bilhões."Diria que para 2027 um número de R$ 122 bilhões [de despesas discricionárias] já é um número bastante comprometedor, por isso que 2027 já citei como um número que comprometeria a execução de políticas públicas", declarou.????despesas discricionárias são despesas dos ministérios, que não são obrigatórias, mas custeiam políticas públicas. Pouco espaço para despesas discricionárias significa menos capacidade de execução de programas do governo.A secretária-substituta do Tesouro Nacional, Viviane Varga, disse que o governo vai precisar adotar medidas de arrecadação em 2027. "Existe todo um comprometimento da equipe econômica com as medidas, eventualmente medidas de aumento de receita, sem elevação da carga tributária, mas melhoram a nossa ação do governo dentro da questão tributária", declarou.