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Orçamento deveria ter sido aprovado em dezembro. Desde janeiro, o Executivo opera com restrições orçamentárias, podendo gastar apenas 1/12 do previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) por mês. O Congresso Nacional se prepara para votar, nesta quinta-feira (20), o Orçamento de 2025, peça fundamental para a definição dos gastos públicos ao longo do ano. A proposta deveria ter sido aprovada ainda em 2024, mas foi travada por divergências entre o governo e os parlamentares.Desde janeiro, o Executivo opera com restrições orçamentárias, podendo gastar apenas 1/12 do previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) por mês. Esse limite impõe desafios à gestão pública, afetando desde programas sociais até investimentos em infraestrutura.Se o texto não for votado nesta semana, o impasse pode se estender até abril. Isso porque os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), devem acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma viagem oficial ao Japão na próxima semana.Congresso adia votação do OrçamentoDesafio de acomodar os gastosO atraso na votação tem gerado insatisfação no Congresso, especialmente entre parlamentares que aguardam a definição de emendas e recursos para suas bases eleitorais.Além disso, o governo enviou, nesta quarta-feira (12), um ofício ao Congresso propondo um corte de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família para acomodar despesas com outros programas sociais, como o Auxílio-Gás, que terá um acréscimo de R$ 3 bilhões no Orçamento.Segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o remanejamento busca atender a "necessidades supervenientes" e sanear irregularidades no Bolsa Família. O relator do Orçamento, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), afirmou que a medida é impopular, mas necessária:"Vai ter um corte de R$ 8 bilhões para iniciar o saneamento, para expurgar aqueles que estão recebendo o Bolsa Família irregularmente."Outro ponto de impasse é o Pé-de-Meia, programa de incentivo financeiro para estudantes do ensino médio. Até agora, o governo reservou apenas R$ 1 bilhão para o programa, embora o custo total estimado seja de R$ 10 bilhões. O Tribunal de Contas da União (TCU) deu um prazo de 120 dias para que o governo encontre uma solução, o que pode levar a um novo ajuste no Orçamento após a votação.Cortes e ajustes antes da votaçãoA proposta orçamentária também prevê um aumento de R$ 8 bilhões nas despesas previdenciárias e inclui medidas do pacote de corte de gastos aprovado pelo Congresso.Entre as mudanças, estão:? Limitação do crescimento do salário mínimo? Mudanças nas regras de acesso ao abono salarial? Redução de despesas com educação? Manutenção da desvinculação de receitas orçamentáriasO relator do Orçamento, senador Ângelo Coronel, alertou que cada mudança feita pelo governo exige uma nova análise técnica, o que tem atrasado ainda mais o cronograma. A ideia é publicar o relatório final até domingo e iniciar as discussões na Comissão Mista de Orçamento (CMO) na terça-feira (18).O que acontece se o Orçamento não for aprovado?Se o Congresso não aprovar o Orçamento antes do fim do mês, o governo continuará operando com restrições de gastos, podendo desembolsar apenas 1/12 do valor total previsto para o ano.Isso significa que algumas despesas essenciais, como salários de servidores e benefícios previdenciários, continuarão sendo pagas normalmente. No entanto, novos investimentos e programas sociais podem ser impactados, já que o governo não terá flexibilidade para realocar recursos conforme necessário.