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Braga Netto apresenta defesa ao STF e chama denúncia do golpe de 'ilógica e fantasiosa'

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Braga Netto negou qualquer envolvimento em um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Disse ainda que, para matar Lula, precisaria de mais do que os R$ 100 mil citados em delação. Braga Neto chama denúncia do golpe de 'fantasiosa'

O general da reserva e ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto apresentou sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe de Estado. No documento, ele classificou as acusações como "ilógicas e fantasiosas" e pediu a rejeição da denúncia.

A defesa de Braga Netto alega que ele não teve acesso completo às provas do processo, o que, segundo seus advogados, representaria um cerceamento de defesa. O argumento é que a PGR não teria fornecido todos os elementos necessários para um contraditório adequado.

General Braga Netto é conduzido por agentes da Polícia Federal após sua prisão na manhã deste sábado (14)

José Lucena

Veja os principais pontos abaixo

Nega plano para matar Lula

Braga Netto negou qualquer envolvimento em um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O militar classificou a acusação como absurda e desprovida de lógica, destacando que a própria denúncia se contradiz ao utilizar como base um depoimento que, segundo ele, não tem credibilidade.

Braga Netto sustenta que a acusação se desmorona sozinha, pois se apoia no relato do "coagido delator" Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Para ele, a narrativa apresentada não possui fundamento material e não há qualquer prova concreta de que ele teria participado ou mesmo tido conhecimento de um plano para atentar contra Lula.

"Não é necessário ser um especialista em armas para conceber que toda essa operação e seu pesado armamento custariam bem mais do que R$ 100 mil", argumenta a defesa. Esse é o valor que a denúncia aponta que estava sendo negociado.

A estratégia da defesa reforça a tentativa de desqualificar o conteúdo da delação premiada de Mauro Cid, que tem sido utilizada como uma das principais bases da investigação. O STF ainda decidirá se aceita ou não a denúncia contra o general.

Sacola de vinho com dinheiro

A defesa ainda negou a acusação de que ele teria entregue a Mauro Cid uma sacola de vinho contendo R$ 100 mil em dinheiro, supostamente arrecadado junto ao "pessoal do agro". Cid contou isso na delação.

Os advogados do ex-ministro da Defesa afirmam que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) não apresenta qualquer prova concreta sobre essa entrega e que a narrativa foi construída com base em um "relato forçado" de Mauro Cid, obtido após sucessivas mudanças de versão e sem qualquer evidência material que a sustente.

"Não é descrito como, onde e quando essa sacola de vinho foi entregue. Não é especificado como esse dinheiro foi usado, quais foram os gastos arcados e qual é o nexo causal do fornecimento da quantia com os supostos atos antidemocráticos."

A defesa argumenta que, sem esses detalhes fundamentais, não há como Braga Netto refutar algo que sequer está devidamente descrito na denúncia. Os advogados classificam a acusação como vaga e inconsistente, reforçando o pedido para que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite a denúncia e arquive o caso.

Alegação de falta de provas

Os advogados sustentam que não há qualquer prova concreta que ligue Braga Netto à suposta trama golpista. Segundo a peça apresentada ao STF, a única menção a seu nome se dá no depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, cuja delação premiada a defesa questiona.

Delação de Mauro Cid questionada

A defesa argumenta que a colaboração premiada de Mauro Cid não tem validade jurídica e teria sido obtida sob coação. Além disso, os advogados afirmam que Cid mudou de versão em diferentes momentos, o que comprometeria a credibilidade de suas declarações.

Origem da investigação

Braga Netto também sustenta que a investigação contra ele deriva do Inquérito 4.874, que, segundo sua defesa, teria sido instaurado ilegalmente. Com base nisso, seus advogados pedem o arquivamento da denúncia por ausência de justa causa.

Agora, caberá ao STF decidir se aceita ou não as alegações da defesa. Caso a denúncia seja acolhida, Braga Netto passará a ser réu no processo.

Sem indicação de liderança

Braga Netto argumenta que não há qualquer descrição de ordem de comando, ingerência, influência ou controle sobre os demais investigados. Para ele, a denúncia falha ao tentar vinculá-lo a uma suposta estrutura organizada, sem apresentar provas concretas de que exercia qualquer papel de liderança na alegada conspiração.

"A bem da verdade, a denúncia falha inclusive em demonstrar concretamente uma real ligação do Requerente com aqueles que seriam seus 'subordinados' na complexa organização criminosa", afirma a defesa.

G1

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